sexta-feira, 12 de setembro de 2014

As Maiores Queixas do Sono: Reconhece alguma?


Em teoria tudo parece mais fácil… Na prática, as coisas são de outro calibre! São vários os desafios que os pais podem enfrentar ao ensinar o seu bebé a dormir, ou mesmo, ainda noutro nível de menor controlo, para o adormecer. 

Conheça-as e saiba evitar o Top 6 das queixas do sono!

(A atitude de querer o melhor do seu bebé, combinado com um pedido de ajuda bem escolhido, por parte dos pais, resulta em si um passo realmente sólido no alcance da resolução de todas estas e muitas outras queixas afectas ao sono do bebé- e não apenas da sua melhoria temporária.)


1# "Não conseguimos manter a calma!"

A culpa sentida, muitas vezes por não se conseguir acalmar o bebé, só reforça o cansaço e o desespero. É normal que o choro do bebé, associado à insegurança sobre o que se fazer, aliado muitas vezes a opiniões diferentes por parte dos pais e com uma grande pitada de privação de sono, seja "enlouquecedor"! É verdade, que o sono, seja para os adultos, seja para os bebés, é essencial para se regular os estados emocionais. Lembre-se que está a fazer o melhor que pode e sabe… Pode ser muito desgastante para todos, o facto do bebé não dormir, e é compreensível que por vezes, não se consiga manter a tranquilidade necessária. No entanto, auto-controlo e manter a calma vai ajudar os pais e o bebé a sintonizarem-se numa relação de maior confiança. Pergunte a si mesma como quer estar, lembre-se que é você a maior Inspiração Emocional do seu bebé e reprograme-se para um "estar" mais positivo e confiante.

BEST ADVICE: Peça ajuda! Se necessário, encontre a pessoa certa para ensinar e praticar esse auto-controlo, muito requisitado para quem é Mãe e Pai, e um hábito que se deve fortalecer desde muito cedo! ( faz parte integrante do meu trabalho em Método de Intervenção ao Domicílio)

Leia mais em  http://sonobebecarolinaalbino.blogspot.pt/2013/12/como-ensinar-o-bebe-acalmar.html e
http://sonobebecarolinaalbino.blogspot.pt/2014/03/a-influencia-do-comportamento-dos-pais.html.


2# "Já tentamos tudo e nada dá resultado!"

Os pais só procuram o melhor para os filhos, mas, muitas vezes, encontram demasiadas respostas! Os livros que já se leram, a vizinha que disse, a amiga que dá dicas, etc! No entanto, lembre-se que o seu bebé é único, bem como o seu contexto, bem como o seu temperamento! Só conhecendo e respeitando as suas necessidades físicas e emocionais específicas é que o conseguirá ajudar de forma eficiente e duradoura! Mas para isso é preciso conhecê-las em profundidade com conhecimento , muito além das crenças populares. Quando os pais entram na necessidade de tentar varias estratégias, tentando de tudo um pouco, é em si um forte indicador de que a situação pode requerer orientação mais aprofundada de um profissional especializado, que o saiba fazer mais do que à superfície, pois não está a ficar fácil a cada tentativa diferente. Quando não se individualiza o seu plano, e, não se dá continuidade suficiente, com as medidas personalizadas e ajustadas ao caso particular da situação do seu bebé e respostas dos pais, a probabilidade de que este fique ainda mais baralhado e não consiga aprender e evoluir em algum sentido é enorme...

BEST ADVICE: Conheça melhor o que se está a passar com o seu filho, (peça ajuda se necessário), e eleja a linha que considere a mais completa e sustentada. Deve ser igualmente, fisica e emocionalmente segura para o bebé. Não ande sempre a mudar de "regras" aos olhos do seu bebé. 



3# "O bebé só quer adormecer ao colo"

O exemplo de adormecer ao colo, é uma das soluções usadas de induzir o sono, que dá uma percepção ao bebé, de que para dormir, está dependente de alguém, neste caso do colo (normalmente os pais)! ao início pode parecer aos pais um gesto carinhoso e até querido, mas o bebé cresce, e não é justo que não se sinta seguro para dormir tão bem no berço por exemplo. Mesmo que por vezes se tente evitar pegar o bebé ao colo, pode, por acidente, ter-se criado esta expectativa no bebé ao pegar-se ao colo, sempre em resposta de choro. Se este aprender que a solução para dormir passa por sair do berço e fazê-lo ao colo, ele não esperará apenas a sua própria capacidade interna para adormecer tranquilamente, tenderá a esperar outros recursos e de forma audível.

BEST ADVICE: Dê a verdade ao seu filho! Os pais não desejam ficar a adormecer ao colo à medida que o bebé cresce e durante toda a noite. Ensine o seu bebé a dormir de forma estruturada e continuada ao longo do seu desenvolvimento, em vez de o adormecer (Para evitar conquistas de pouca durabilidade, e desilusão para os pais, procure ajuda especializada que tenha experiência comprovada, para melhor e maior permanência de resultados.)

Saiba mais em http://crescer.sapo.pt/bebe/sono/planear-o-sono-fazer-hoje-como-deseja-continuar-amanha
http://sonobebecarolinaalbino.blogspot.pt/2013/10/ensinar-o-bebe-dormir-trabalho-para-os.html 


4# "Socorro:O meu bebé acorda várias vezes durante a noite"

Boas Noticias: Já se conhecem as principais causas do despertar noturno, e é possível controlá-las caso sejam identificadas e resolvidas, melhor desde cedo, pois poderão ser logo prevenidas e nunca passem a ocorrer! É preciso coordenação nos hábitos de alimentação, atividade e comportamento, com medidas que fortaleçam o laço de confiança e noção de segurança do bebé, já que estes influenciam directamente o sono e vice-versa. O pouco sono diurno, o adormecer comprometedor (por indução), a rotina desajustada, as respostas dos pais que intensificam estes despertares, a hiper-estimulação nas atividades diurnas e as causas ambientais, são algumas das razões que podem incentivar e enraizar o despertar noturno!

BEST ADVICE: Siga um plano de prevenção, e actualize-o em fases relevantes do desenvolvimento do seu bebé.

Leia mais em 


5# "O bebé só dorme bem quando vem para a nossa cama!"

É normal que os bebés adormecidos ( por indução: seja de colo, embalo, toque, trepidação, a mamar etc) procurem de forma involuntária o contacto físico para dormir, o que resulta que quando sairem as grades do berço em Co-sleeping! Pior mesmo é quando não é algo desejado por todos! O co-sleeping é um prazer para todos quando não é fruto de uma “não escolha”. Para ser uma escolha, é preciso consolidar um padrão, idealmente que promova o melhor sono, desde cedo - para todos e por todos. Se os Pais, por cansaço, experimentaram pôr o bebé a dormir com eles, possivelmente poderá parecer solução maravilhosa, no entanto poderá ser apenas temporária, se não se resolveram as reais causas mau sono. Os pais, ao não ensinarem os seus bebés a conciliarem o seu sono de forma autónoma, segura e completa ( com medidas além sono) acabam por dar ao bebé razões para acordar/“chamar” por eles as vezes necessárias para readormecer, e, por só conseguir acalmar na presença dos mesmos, em várias fases do seu crescimento.

BEST ADVICE: Crie um padrão de sono justo para o seu bebé, mas que possa ser sustentável por si a médio e longo prazo e que seja fisica e emocionalmente saudável.

Saiba mais em http://crescer.sapo.pt/bebe/sono/co-sleeping-sim-nao-ou-nim. 


6# "Pronto, o meu bebé não quer dormir"

Os bebés têm uma resistência limitada em tempo de qualidade enquanto acordados. Se for desconhecida aos pais, ou mesmo inadvertidamente ignorados os seus sinais de sono, poderão entrar em território de cansaço e rapidamente exaustão e logo, de choro e aparente "luta" no momento de dormir. Quanto menos o bebé dormir para o que a sua idade e peso necessitar, menos facilidade terá em dormir no evento seguinte de sono, tendendo a piorar cada momento mais próximo do final do dia! Lembre-se ninguém adormece sem estar calmo, e quanto mais cansado, mais dificuldade tem em estar calmo.

BEST ADVICE: Conheça as suas reais capacidades em tempo acordado, e ensine o seu bebé a dormir com rituais que promovam a "mudança de marcha", e o hábito de acalmar antes de dormir. Atenda a rotinas ajustadas à idade e peso.

Saiba mais em http://crescer.sapo.pt/bebe/sono/luta-contra-o-sono-o-que-fazer



quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Pesadelos ou Terrores Noturnos? Parte II

Muitos dos pais podem sentir-se confusos sobre o que fazer, ou como reagir para confortar a criança em qualquer uma destas situações. É importante distinguir “sonhos maus” de terrores noturnos, pois estes exigirão, por parte dos pais, formas distintas de acalmar a criança!

Pesadelos

O Pesadelo é uma experiência diferente do terror noturno, pois a criança acorda assustada, após o sonho mau, contando por vezes o que se passou. Ter pesadelos de vez em quando e mesmo fases de maior ocorrência, é normal, no entanto se muito frequentes e continuados, podem ser indicadores de períodos de grande angústia e stress, tal como nos adultos.
Poderá caber aos pais a consciência da eventual necessidade de melhorar ou mudar a qualidade/quantidade das experiências às quais a sua criança está exposta, caso afectem de forma continuada a tranquilidade da criança.

Como lidar?

Devemos tentar tranquilizá-la, explicando que se tratou de um sonho. Por mais pequena que a criança possa ser, é importante semear desde cedo a explicação mais próxima da verdade, a mais congruente: A de que os sonhos, ou pesadelos não são reais, “não acontecem de verdade”.

A presença dos pais é importante para poder explicar que tudo não passou de um sonho mau, demonstrando afeto e acima de tudo, a compreensão dessa “realidade sonhada”.
É importante a criança sentir-se atendida, mas mais do que atendida, é importante que se sinta compreendida.

Dignificar a criança a ponto de merecer uma explicação ( mesmo que não compreenda todas as palavras, compreenderá as palavras chave, e ao ouvi-las por mais de uma vez, estará mais próximo de as compreender mais cedo, caso os pais não as usassem) e assim possa voltar a dormir descansada!

Poderá ser necessário resolver o tema e tranquilizar a criança até nos dias seguintes, reforçando a explicação e exemplificando se necessário, em especial do que é real e o que não é!

Eis um exemplo a evitar, que seria : “ Queridinha não tenhas medo do lobo mau, porque se ele aparecer aí, a Mãe dá-lhe logo com a vassoura, agora volta a dormir querida, sim?!” Esta é só mais uma, das muitas tentativas carinhosas e bem intencionadas de apaziguação, mas que inadvertidamente confirma com a criança dois medos:

1º- A eventualidade da existência do “lobo mau”
2º- A possibilidade de ele poder aparecer ali em casa.

Lembre-se que a racionalização e a lógica, são aprendidas ao longo do desenvolvimento, e por vezes é essencial ser-se criativo também, entrando no mundo imaginário da criança, para que se possa melhor compreender perspectiva da criança. 

No entanto, ao tentar tranquilizá-la, tente avaliar se as suas ideias são tão, ou mais infantis, e se é disso mesmo que a criança precisa para se tranquilizar no seu entendimento do mundo, do que é dado como real ou não real.

As explicações e apaziguações/explicações “surreais”, podem chegar à incongruência, e que se for tornando num (mau) hábito dos pais, poderá pôr em risco o laço de confiança da criança com estes (ainda que discretamente) e agir no efeito oposto pretendido, à medida que esta cresce, e em especial nestes temas.

São em eventos como estes, que mais uma vez, se poderá ver os frutos e a profundidade do laço de confiança da criança com com os pais, em especial sendo este construído continuamente desde cedo, de bebé e depois criança.

Um dos efeitos positivos de um forte laço de confiança, demonstram ter um maior alcance na tranquilização das preocupações e medos da criança, pois esta estará mais permeável à apaziguação dos pais. A criança está habituada a confiar, e daí que nestes casos confiam mais facilmente, ou mesmo cegamente nas palavras destes e como tal estão mais próximas de se sentir genuinamente protegidas e seguras.

Quando o semear destas medidas que promovem o laço de confiança com os pais, é feito desde muito cedo de forma congruente, como um bom hábito, faz com que a depêndencia do contacto físico, para que a criança se sinta segura, não seja a única nem a mais importante ferramenta de apaziguação, ainda que melhore o estado da criança momentaneamente. No entanto, poderá ser incompleta quando dada em exclusivo, por não conseguir ir de encontro à “raíz” daquele “medo”.

Acima da dependência/ligação física para a tranquilização, está a mais profunda necessidade de segurança interna e essa não está apenas ligada ao contacto físico, por exemplo através do exclusivo co-sleeping, mas sim ligada à genuína noção de segurança interna, que se constrõe através de um forte laço de confiança que foi sendo gerando com os pais( e como tal, com o mundo interno e externo.)

Uma criança terá sempre os seus medos e claro, pesadelos, sem eles não seria humana. Ainda que desagradáveis para todos, os pesadelos podem ser também vistos pelos pais, como oportunidades valiosas de poder ensinar a reagir ao medo, poder ensinar a lidar com dificuldades e ensinar a desencadear raciocínios fortalecedores do espírito, imprescindíveis para o crescimento cognitivo e emocional.

Daí que são igualmente uma boa forma de conhecer melhor as preocupações medos, necessidades emocionais e mesmo cognitivas do seu filho.

É bom conhecermos os nossos filhos em todas as fases de crescimento!

O desafio da educação, neste caso, é fazer da aparente "ameaça" do pesadelo, uma "oportunidade" de fortalecer o conhecimento, a relação, e a segurança com o seu filho. Para tal será também benéfico rever hábitos da criança, eventos atípicos e revalorizar as suas brincadeiras.

As brincadeiras das crianças são aprendizagens muito sérias e na qualidade destas estão também ferramentas imprescindíveis para criar um terreno mais tranquilo, positivo e reparador, capazes de aumentar a sua auto-confiança e noção de segurança, face aos medos e aos pesadelos.