O co-sleeping é defendido por
muitos como sendo a fórmula que transmite a maior segurança ao bebé e à criança.
É defendido por seguidores do “método contínuo” que afirma, de forma lata, que
o bebé após o nascimento deve continuar como extensão do corpo da mãe, para
minimizar o trauma do nascimento (a primeira separação física). O “método
contínuo” poderá entrar em eventual ruptura em famílias que o apliquem sem
profundo conhecimento das suas implicações, à medida que o bebé cresce, numa
sociedade, que sendo boa ou má, é aquela em que vivemos.
Por vezes, os Pais sentem um
deslumbre por metodologias que os aproximam de vivências mais naturalistas, algumas mesmo de índole tribal, pela
sua proximidade ao desejo idílico de vida (perfeitamente desejável e
compreensível) começando hábitos que na
prática não podem, ou não conseguem, sustentar - seja porque terão de
regressar ao trabalho sem os filhos, seja assumindo a necessidade de ter
momentos sós, enquanto adultos e casal, etc.). O desequilíbrio e “desilusão”
para bebés e Pais pode dar-se aqui mesmo.
É justo que para a noção de segurança emocional do bebé,
os pais possam aproximar aquilo que começam a dar “hoje”, àquilo que planeiam conseguir manter, no mínimo, no futuro próximo (em especial, seja
quando a criança tiver um irmão, for para a creche, ou um dia para a escola). É
bastante compreensível que se o bebé aprender que só é seguro dormir com a
Mãe/Pai, apenas com eles se sinta confiante assim, ou no mínimo em companhia -
esperando essa companhia para o total número de horas que durma. Se os pais não
estão certos que querem que o seu bebé aprenda apenas a sentir-se seguro em
“extensão “ do corpo da Mãe, à medida que cresce, deverão “jogar pelo seguro” relativamente
à proteção das emoções do bebé.
É necessário o entendimento dos
pais que o mimo, a atenção, e o Amor indispensáveis, não são movimentos exclusivos
apenas do momento de dormir. O Amor a
compreensão, a atenção e mimo, devem estar presentes em todas as expressões da educação e em
todos os momentos da relação sob
variadas formas em respeito do contexto, todos os dias e durante o seu
crescimento. Um bebé não é mais amado que outro porque passa o dia inteiro ao
colo dos pais, ou dorme com os pais. Amar um filho é querer o melhor para ele
hoje e sempre, e não apenas no próprio minuto. Mas se os pais apenas conseguem
garantir o apoio e a estruturação emocional através da proximidade física, por
exemplo durante a noite de sono - seja porque não têm outro tempo de contacto,
seja porque não sabem como fortalecer esse pilar no dia-a-dia, para além do
momento de ir dormir - talvez o co-sleeping
seja uma ferramenta importante (e talvez indispensável) para que a criança não cresça
emocionalmente negligenciada. Cada família saberá gerir as suas prioridades,
possibilidades e o equilíbrio destas.
Os pais devem sempre decidir com consciência e perspectiva, como
desejam o sono de “amanhã” para poderem planear e estruturar esse ensino e começá-lo
cedo na vida do bebé, com coerência:
- Se desejam dormir de hoje em diante sempre com o bebé e depois criança, devendo
permitir que seja a própria criança a decidir quando quer deixar de o fazer:
doutro modo poderá sentir-se “despromovida” por razões que não compreende - o
que poderá afetar o laço de confiança com os pais.
Ou
- Se preferem ensinar um padrão de sono em que o bebé
aprende a sentir se seguro para adormecer e dormir de forma autónoma na sua cama, visto ser onde os pais
esperam que ele venha a dormir bem e seguro, todos as noites, daqui para a
frente – o que pode ter como excepção (normalmente
bem aceite) dormir com os pais em dias
especiais ou de pontual necessidade.
É muito relevante traçar a “rota”
escolhida. Acima de tudo esta decisão consciente vai ajudar a prevenir uma tendência aleatória de
respostas ao bebé – quando os pais experimentam, de forma não consistente,
várias alternativas para perceber o que funciona melhor, pois a aleatoriedade e
o “experimentalismo” são algumas das causas de insegurança no bebé.
CO-SLEEPING PLANEADO - Os Pais decidem
conscientemente praticar co-sleeping
com o bebé, desde que nasce, durante toda a noite, todas as noites daí para a
frente.
Prós:
- Constância: Por ser
planeado vai ser uma resposta coerente por parte dos pais, e por isso não tem
variações: o bebé sente-se seguro e aprende o que esperar, sendo deste modo
correspondido.
- Coerência: O bebé pode
ser adormecido com toque e companhia que caso desperte está em companhia, sem
esforço para os pais.
- Amamentação cómoda e
prática.
- Temperatura: controla-se
melhor.
- O bebé poderá conseguir consolidar
o seu sono nocturno contínuo: Caso o co-sleeping
seja mantido o tempo necessário até o bebé/criança não ter dependência de mamar
ou chuchar na mama para readormecer (caso o fizesse).
Contras:
- Sestas: Pode influenciar
negativamente a duração, qualidade e distribuição das sestas (o sono diurno tem
muita importância para o sono da noite do bebé) pois à noite os pais estão a
dormir, mas durante o dia nem sempre querem ou podem fazê-lo.
- Desmame noturno tardio: O
bebé poderá mamar durante a madrugada de forma padronizada até muito tarde,
atrasando a regulação dos ritmos de alimentação, ficando habituado por mais
tempo a precisar de alimentar-se durante a madrugada. Essa é uma das causas do
enraizamento de despertares (impeditivos do sono contínuo).
- Descontrolo da amamentação:
O bebé mama, mas também faz do movimento de mamar a sua chucha para readormecer.
- Desequilíbrio dos ritmos de
alimentação: O mais saudável será a alimentação ser gradualmente optimizada
e melhorada através dos hábitos de alimentação durante o dia, e não uma
tendência de compensação de fome à noite.
- Intimidade dos Pais: Impossibilita
ou dificulta os movimentos dos pais enquanto casal, restringindo o espaço
físico e a sua intimidade.
- Quais as causas do mau sono?
O bebé pode dormir mal despertando a chorar, deixando os pais baralhados. Os
Pais podem ter dificuldade em avaliar as reais causas do choro.
- Desconforto físico para
os pais: Os bebés não têm noção da posição para dormir e podem ser incómodos
para os pais - é comum os pais queixarem-se por acordar com pernas, braços e
rabos na sua cara, e mesmo com o bebé a dormir bem, são os pais que não dormem
tão bem.
- Transição para berço e
quarto: Pode atrasar, dificultar ou mesmo impossibilitar uma tranquila transição
para o seu quarto e cama.
- Falsa expectativa da hora de
ir dormir: O bebé poderá crescer com a noção que vai dormir quando toda a
gente em casa, também vai. Quando começar a desconfiar que não é assim, pode ser
difícil que durma.
CO-SLEEPING ACIDENTAL:
Quando os Pais não o desejaram nem o planearam mas, em busca de uma solução
para o bebé dormir bem, experimentaram e correu bem, no entanto, os pais não
desejam esse padrão.
Prós:
- Poderá ser solução para o bebé
dormir a meio da noite, numa noite difícil (no entanto, poderá ser solução de
curto prazo).
Contras:
Além dos mencionados no co-sleeping planeado;
- Intensifica uma atitude
regressiva por parte do bebé, neste caso para dormir.
- Incoerência para as
expectativas do bebé - O bebé rapidamente aprende que a solução para se
sentir seguro quando chora é estar a dormir com os pais, no entanto os pais
todos os dias tentam adormece-lo e deitá-lo no berço, pelo menos no início da
noite, e quando o bebé dá por isso já se encontra no berço sozinho.
- Incentivo para o bebé
acordar: Inadvertido incentivo para o bebé despertar e demarcar o seu acordar
todas a noites, chamando os pais ou chorando, na expectativa da nova solução
para dormir àquela hora.
- Muito tempo para readormecer:
O bebé poderá ter dificuldade em acalmar-se e readormecer por estar baralhado.
Não sabe se é seguro dormir ali ou o melhor é mesmo ir para a cama dos pais.
Mais crescidos poderão chorar pela expectativa de ir para a cama dos pais, até
se concretizar, leve o tempo que levar, torna-se uma necessidade genuína.
- Intensifica a insegurança
- O bebé poderá sentir-se muito inseguro para tudo o que se passe longe do
corpo da mãe/pai, em especial para um acto na qual ele deixa de controlar -
quando adormece - a falta de padrão ensinou-lhe que ele é posto no seu berço
para dormir, mas se acordar e tiver muita dificuldade em readormecer, então a
solução passa por estar fora daquele berço, mais precisamente, na cama com os pais.
O bebé poderá construir uma percepção de que, quando as coisas ficam difíceis a
meio da noite, só será possível resolvê-las junto ao corpo dos pais, e ele
esperará por isso - o seu berço passa a ser um local pouco confortável à sua perceção.
CO-NO-SLEEPING - Quando o co-sleeping
não funciona para ninguém
O bebé dorme com os Pais, que
começaram a usar o co-sleeping como
solução para um problema enraizado de mau sono (sem avaliar todas as variáveis),
e o bebé depois de um tempo a dormir melhor volta novamente a dormir mal, despertando e chorando. Mas
já se encontra a dormir padronizadamente na cama dos pais.
Quando se chega ao co-sleeping acidental como solução para
o bebé dormir, tipicamente este poderá transforma-se num Co-no-sleeping e não funcionar para ninguém. Normalmente é sinal
que já se tentou de tudo para que o bebé
dormisse a noite toda sem interrupções demarcadas com choro e desconforto.
Depois de tantas tentativas com soluções diferentes (ao colo, no berço, na cama
dos pais, etc.), o bebé está muito
baralhado, inseguro e desconfiado, para dormir.
A recuperação de uma situação que
se encontra no fim da linha para os Pais, como o do Co-no-sleeping é um caminho que passa, não só por ensinar a dormir, mas também por um processo de recuperação de confiança do bebé, cujas noções de
segurança e expectativas poderão estar completamente baralhadas, juntamente com
as causas iniciais do mau sono, ainda por resolver. Quando um bebé mês após mês
continua a não padronizar o sono contínuo noturno, as causas devem ser analisadas para que não agravem.
Por norma, todos os bebés adormecidos ao colo ou em companhia, tendem a sentir
necessidade dessa mesma companhia para readormecer caso despertem a meio da
noite. Muitas vezes os pais não planearam fazer co-sleeping, mas inadvertidamente, ao não ensinarem os seus bebés a
conciliarem o seu sono de forma autónoma, através de um plano estruturado ao
longo dos seus primeiros 12 meses, acabam por dar ao bebé razões para acordar/“chamar”
por eles as vezes necessárias para readormecer - pois é a forma que conhecem
para adormecer (excluindo causas que advêm da rotina diurna desajustada, ou
mesmo mau e pouco sono diurno, para a idade). Se os Pais, por cansaço,
experimentaram pôr o bebé a dormir com eles, possivelmente poderá ter
acontecido que este tenha dormido lindamente. Se o bebé foi adormecido durante doze meses ao colo, com toque e/ou
companhia, ele foi preparado e ensinado para dormir com os pais.
É também normal que, quando já não
dormir na “cama de grades”, o bebé/criança tenda a ir para a cama dos pais pelo
seu próprio pé, todas as noites. Se ele
não se sente seguro a dormir sozinho na sua caminha, não aprendeu a fazê-lo ao
longo do seu crescimento, irá sempre seguir o ímpeto cada vez mais consciente -
“tenho medo de estar sozinho” e procurar a cama dos Pais. Mesmo crianças
que enquanto bebés foram ensinadas de forma estruturada e consolidada a
adormecer autonomamente e no momento adequado passados para o seu quarto,
poderão tentar em certas fases ir para a cama dos pais. Caberá aos pais adequar
a “resposta”, sabendo que esta poderá atenuar ou acentuar essa tendência.
O co-sleeping é um prazer para
todos quando não é fruto de uma “não escolha”. Para ser uma escolha, é
preciso consolidar um padrão, idealmente que promova o melhor sono, desde cedo
- para todos e por todos.
Minha filha tem 5 meses e tem o sono muito curto e agitado, quer dizer, se tirar-la do colo rsrs. Ela até os 3 meses teve muuuita cólica e por isso, eu marinheira de primeira viagem e sem ninguém pra ficar comigo, fiquei muito tempo com ela no colo inclusive qd dormia. Ela chora muito e só dormia com a barriguinha na minha ou no pai...logo se “acostumou” com o quentinho do corpo da gente pra dormir.
ResponderExcluirMas já faz algum tempo, acho que 2 meses, que venho tentando tirar-la do colo...ja tentei tudo, cama, berço, carrinho, bb conforto...uma peça de roupa com meu cheiro, musica de ninar, banho morno e por ai vai. E nada da certo, ela passa somente 10 ou 20 minutos no local e acorda, as vezes chorando e outras vezes como se tivesse dormido 3 hs rsrsrsrsr
Faço ela dormir e depois de uns 20 minutos (tempo pra ela entrar em sono profundo) a coloco no berço e nada.
Então nossa rotina é assm: ela dorme na cama comigo (pra eu n virar zumbi rsrs), dorme sempre umas 21h e só sai do quarto mesmo 10h entre essas horas tem várias (02h -05h – 07h-09h) mamadas. Quando ela acorda as 10h dou um banho eas 12h mama e dorme (uns 40min), as 15h tem outra soneca e perto das 18 outra. Então as 19:30 toma outro banho e só dorme agora perto das 21h.
Obs: todas essas sonecas ela dorme a maior parte no colo, pq tentamos colocar no berço e ela acorda ai fazemos dormir de novo, ai colocamos no berço e acorda de novo...e resultado é que só a noite mesmo descanso pq ela dorme na cama comigo (e se eu sair de perto ela acorda, sorte q só trabalho de 13 as 18h)